terça-feira, 29 de setembro de 2009

Na saúde e na doença!

No dia 13 de setembro comemorávamos o aniversário de uma de minhas irmãs até que a Vivi não se sentiu muito bem. Foi para o hospital e assim que chegou foi constatado um cálculo renal próximo da bexiga. Até então eu nunca tinha visto alguém se sofrer de dor como Vivi sofreu naquele dia, só melhorou depois de algumas doses de morfina. Passamos o dia inteiro no hospital e por fim ela ficou internada já que os remédios comuns não faziam efeito. Ficamos no hospital de domingo à terça-feira, depois retornamos na quarta-feira por conta das dores que voltaram.

Foi aí que vivemos momentos importantes de nossa vida conjugal, rezamos, dialogamos e discutimos também. A verdade é que eu não sabia muito bem o que fazer naquele momento eu sempre achei que deveria fazer coisas grandes para ajudar as pessoas, e assim acabava não fazendo nada na maioria das vezes, já que nem sempre é o momento para se fazer coisas grandes. Mas a Vivi precisava apenas de uma coisa simples, atenção. E eu no momento não soube dar a devida atenção. Discutimos, conversamos e sabe o que foi mais interessante? Eu tive outra chance, e dessa vez não decepcionei, fiquei atento para não cair no mesmo erro anterior, lembrei-me que Deus sempre nos dá uma nova chance, e sabia que naquele momento Ele estava ali, afinal ele faz parte do nosso casamento, muitas vezes não deixamos participar como deveria, mas Ele faz parte, sem ele não há matrimônio.

Depois de tudo, a Vivi se recuperou, com a graça de Deus, e nós aprendemos juntos mais uma lição de nossa vida: que ser fiel na saúde e na doença, é estar ao lado de quem está sofrendo, é dar carinho, atenção, é dar amor. Nem sempre vamos saber como reagir em momentos como esses, e isso é maravilhoso, pois só temos poucas saídas e umas dessas são dialogar com o nosso cônjuge e recorrer ao nosso Mestre. Na Bíblia, não existe situação que Jesus não tenha passado e que não tenha deixado ao menos um exemplo de como agir.

Deus abençoe a todos!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O Casamento Sacramento!


Existe uma importante diferença entre o casamento cristão e o casamento da sociedade moderna. Neste último há basicamente uma "cerimônia" onde se define qual regime de bens o casal irá adotar (maiores detalhes: http://www.casamentocivil.com.br/site/).

No Sacramento do Matrimônio há também uma união, porém de um "bem" muito maior, de valor incomensurável, a união da vida, que conduz a um só coração e uma só alma. (Familiaris Consortio (FC), n°13)

Partindo desse pressuposto fica mais fácil entender porque o Sacramento do Matrimônio é indissolúvel, não se pode, ou melhor, não é possível separar dois corpos que na verdade se tornou um só corpo! Não há como me separar de mim mesmo! Esse é o grande mistério que esse sacramento nos oferece, como podem dois corpos se unirem se esses caminham separados? E como fazemos com as diferenças de pensamentos, e a história de vida que cada um traz consigo?

Certa vez, me confessando, lembro-me de estar solteiro na época e buscando discernir minha vocação. Em um determinado momento eu disse ao Padre: "Creio que a minha vocação seja o matrimônio mesmo, só de pensar nas renúncias de um Padre, de abrir mão de ter uma família com esposa e filhos... O Padre deu uma risadinha e me disse prontamente: "Você está escolhendo um caminho tão difícil, ou até mais que o caminho de um Padre, na verdade não existe paraíso sem cruz, e isso experimentamos em qualquer vocação. Mas lembre-se que você vai escolher viver para sempre ao lado de uma pessoa diferente de você, e acredite isso faz muita diferença!"

Precisei de poucos meses de casado para entender as sábias palavras que o Padre me disse naquele dia. Como é difícil amar o diferente, saímos de nossa zona de conforto para enfrentarmos situações inimagináveis, mas são nesses momentos que experimentamos o quanto é difícil ser um seguidor de Jesus Cristo, mas principalmente o quanto vale a pena viver a vida ao lado d'Ele, principalmente quando entendemos que só assim viveremos plenamente nossa vocação! Por isso façamos de nosso casamento um verdadeiro Sacramento! Não podemos deixar que essa seja apenas uma união de bens passageiros, materiais, mas busquemos aquilo que é eterno, onde o seu fim se dará no paraíso celeste, onde Deus certamente nos cobrará a santificação de nossa (o) esposa (o).


Roguemos a Maria nossa Mãe Santíssima, intercessora de todos os casamentos, para que sejamos dignos desse sacramento santificador!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A Confiança no Amor do Outro!




Você já deve ter se perguntado por que a pessoa que você mais ama é também a que mais te machuca. E possivelmente teve dificuldade em achar a resposta, isso se você chegou a encontrá-la. Por mais contraditório que pareça, a confiança no amor do outro tira qualquer barreira que se possa ter, e isso resulta muitas vezes em um profundo comportamento autêntico, ou seja, a pessoa se expõe exatamente como é. Portanto, nesses momentos são reveladas características positivas e também negativas do indivíduo que confia no amor do outro. A confiança nos permite passar dos limites na certeza de que o outro jamais nos deixará, seja qual for nossa atitude para com ele. Embora seja difícil, por estarmos machucados, é possível tirar proveito dessas situações. Cabe aos envolvidos apontar os limites, dialogar, debater, para que o relacionamento cresça, buscando sempre o êxito.
Muitos casais vivem essa realidade e muitos até já viveram e consideram essa o motivo para o fim do relacionamento, julgando que aquele que ama não pode ser capaz de tomar certas atitudes contra o amado. Na teoria esse pensamento é lindo, mas na prática a história é outra. Pedro negou três vezes Jesus. Mas como pôde? Se ele mesmo já havia declarado o seu amor e confiança no Senhor! “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente que és o Santo de Deus”. (Jo 6, 68-69). Mas vejamos como é importante uma atitude consciente em uma relação entre duas pessoas que se amam. Se Jesus não tivesse olhado racionalmente e com misericórdia para as limitações de Pedro certamente não teríamos hoje a Igreja e tampouco estaríamos aqui debatendo este assunto. Imaginem o tamanho do prejuízo! Imaginem quantos casamentos se desfazem, quantas famílias são destruídas por falta de uma consciência verdadeiramente cristã e, portanto compreensiva.
Mas, a atitude de Jesus em perdoar Pedro e depois reconciliar-se com ele e ao mesmo tempo definir o rumo que Pedro deveria tomar, dando lhe a missão de pastorear o seu rebanho, nos mostra o quanto é importante termos a mesma atitude de Jesus em nosso relacionamento conjugal. Uma vez que essa atitude deu a Pedro a chance de ser melhor, de mostrar o quanto ele era capaz de amar mais ainda o seu Senhor!
Quanto mais poderemos amar e sermos amado por nosso cônjuge? Quanto mais podemos fazê-lo crescer se tivermos uma atitude semelhante à e Jesus ?
Se tivermos essa coragem, seremos cada vez mais amados por quem já nos ama, e com certeza menos machucados por eles, uma vez que o diálogo, a oração e a cumplicidade, podem fazer com que caminhemos à perfeição que Jesus nos propõe: “Sede, portanto, perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito”. (Mt 5, 48)